A mentira conveniente do aquecimento global

15-12-2010 14:56

 

 

A mentira conveniente do aquecimento global

O dióxido de carbono, como demonstrámos no anterior artigo de opinião, não é um gás tóxico e nem tão pouco poluente. Estamos em presença de um gás natural e indispensável à vida na terra, uma vez que todos os seres vivos ao respirarem inspiram uma mistura de oxigénio e CO2, expirando este último.

Por sua vez, também não está provado que as emissões de CO2 de origem antropogénica (produzida pelo homem, o que exclui todas as demais emissões naturais desse gás) tenham qualquer efeito significativo para o aquecimento global. Muitos cientistas, (incluindo mais de 200 cientistas alemães que enviaram uma missiva à Senhora Ângela Merkel, Chanceler da Alemanha) consideram absolutamente desprezível a contribuição humana para as emissões globais de CO2, que se verificam no planeta.

Os dados empíricos demonstram que desde 1998 não está a haver o tão famoso aquecimento global previsto pelos modelos informáticos utilizados pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Changes) da ONU. Mais, a temperatura média dita “global” aumentou 0,74 graus centígrados no decurso do período 1906-2006 (IPCC, 2007). Mas os dados de observação mostram que houve regiões que aqueceram, enquanto outras arrefeceram.

Em resumo, nenhuma relação de causa e efeito, fisicamente fundamentada, provada e quantificada, foi estabelecida entre a evolução da temperatura (aumento ou diminuição) e a variação do efeito de estufa pelo CO2.

Talvez, devido a todas estas demonstrações, ainda omitidas pelos gestores do IPCC, estes tenham substituído, à pressa e de forma oportunista, o termo aquecimento global por alterações climáticas.

No entanto, mesmo as alterações climáticas não são mais nem menos do que fenómenos naturais da evolução constante do clima, bem reais, mas que não têm qualquer relação com o cenário “quente” que nos é actualmente imposto, “como prova a elevação continua da pressão atmosférica em numerosas regiões, nomeadamente em França” (Leroux, 2005).

Então, por que razão insiste o IPCC e os principais países industrializados na tese do aquecimento global? Antes de mais, porque a cruzada contra o carbono não é mais do que uma nova forma de neo-colonialismo, com vista a submeter os países subdesenvolvidos aos ditames das economias mais fortes do mundo. Em nome do perigo do aquecimento global e das emissões de CO2 os países desenvolvidos querem que os que ainda não atingiram esse estádio de desenvolvimento não o alcancem, de forma a que as grandes potencias continuem a espoliar os seus recursos naturais.

Há ainda nesta impostura científica global um forte interesse dos Bancos gigantes em fazerem fortuna com o comércio do carbono. O grande objectivo é pôr a funcionar os mercados de comercialização de carbono, com vista à transacção, em bolsa ou não, com os investidores internos e externos, dos produtos financeiros relacionados com o carbono.

O combate dos poderosos do comércio de carbono é de tal forma avassalador, que Michele Chan, analista política sénior dos Amigos da Terra de San Francisco, trava neste momento uma luta para impedir os bancos de acrescentarem o carbono ao seu reportório financeiro, alertando para um possível subprime do carbono.

Seja como for, 300 mil milhões de dólares são os valores antecipados no cap-and-trade (a lei de fixação de limites máximos e intercâmbio de direitos de emissão). Mesmo com a proibição da venda livre de derivativos do carbono e a exigência de que todo o comércio de carbono seja feito por meio de correctores, os banqueiros opõem-se à Lei, não obstante os lucros que acumularam com o negócio do aquecimento global (versus carbono)

Além do mais, ainda há as taxas de carbono que os consumidores irão pagar (à semelhança das taxas de juro) com o aquecimento das suas casas. A União Europeia impôs limitações de emissões de CO2 nos automóveis hoje fabricados na Europa. Ou seja, ao invés de estabelecer níveis mínimos de rendimento para os motores ou de impor restrições quanto às emissões poluentes (como SO2, os óxidos de azoto, as partículas sólidas, etc) a limitação é imposta sobre um gás não poluente.

Não foi por acaso que o espertalhão Al Gore inventou o novo business da venda dos direitos de emissão de carbono, depois de instilar o medo em todo o mundo com a sua “Verdade Inconveniente”. A confusa sobre aquecimento global e alterações climáticas é tal, que se chegou ao ridículo de fazer em Portugal um estudo para as alterações climáticas ao nível municipal.

Seja como for, com a descoberta desta nova jazida do aquecimento global e das alterações climáticas, milhões de dólares foram parar aos bolsos dos banqueiros, de grandes empresas, dos novos profissionais do carbono e para pagar as conferências internacionais sobre o tema.

Não obstante o pânico climático, não nos parece justo nem estruturalmente sustentável sair da crise ou fazer pagar as crises sistémicas aos mesmos de sempre, aos povos e às nações mais pobres do mundo. Muito menos fazê-lo por meio de uma impostura científica, consubstanciada na aldrabice do aquecimento global e das alterações climáticas e no desvio de gigantescos recursos financeiros e humanos.

 

Alcídio Torres

Investigador Social e Mestre em Administração e Políticas Públicas

 

fonte :https://www.oportunidades-e-negocios.com/edicoes/oan-15/130-a-mentira-conveniente-do-aquecimento-global-parte-ii